Vitória suada

O duelo entre Brasil e Coreia do Norte marcava o confronto entre a seleção número 1 do ranking mundial da FIFA e a 105ª colocada, a pior classificada entre os 32 qualificados para as finais da Copa do Mundo. Com os números a seu favor, o Brasil era muito favorito e os apostadores acreditavam que a média de gols da Copa iria, finalmente, subir.

Durante a execução do Hino Nacional da Coreia do Norte uma cena chamou a atenção de todos. O atacante japonês naturalizado norte-coreano Jong Tae-Se não conteve a emoção e derramou muitas lágrimas, emocionando a todos que assistiam.

Quando a partida foi iniciada o Brasil foi logo para o ataque e tentou algumas finalizações de fora da área com Robinho e Elano. Os laterais Maicon e Michel Bastos também arriscaram, só que com muito mais perigo que seus companheiros. A Coreia insistia no contra-ataque, na velocidade da equipe e na habilidade do já citado Jong Tae-Se, o Rooney asiático. Tae-Se chegou a aplicar uma "caneta" em Felipe Melo e em outro lance deixou Juan no chão. Apesar das tentativas, ninguém levou perigo ao gol.

A falta de perigo acabou com 35 min da primeira etapa, em que Michel Bastos arriscou de fora da área e a bola, que certamente entraria, sofreu um desvio. O árbitro húngaro Viktor Kassai e seus assistentes não viram o desvio e deram apenas o tiro de meta. Logo depois o primeiro tempo terminou com um amargo 0 x 0.

No segundo tempo a torcida brasileira espera as entradas de Daniel Alves e Ramires, destaques do Brasil na goleada sobre a Tanzânia. O Brasil não veio mudado, pelo menos em relação ao rol de jogadores, porém a postura da Seleção Brasileira era outra. Aos 4 min Kaká sofreu falta frontal que Michel Bastos cobrou com violência para fora.

Aos 10 min não teve jeito, Felipe Melo inverteu uma bola que Maicon dominou e tabelou com Elano, o lateral-direito, que estava sem ângulo na jogada, pegou estranho na bola, colocando um efeito contrário que passou entre a trave e o goleiro Myonge Guk, que esperava um cruzamento. Meio-gol da Jabulani. Maicon chegou a se emocionar após o gol e chorou em campo.

Quando o técnico Dunga preparava a entrada de Daniel Alves no lugar de Elano, Robinho colocou uma bola incrível para o próprio Elano chegar na cara do gol marcar o segundo para o Brasil. Último lance do meio-campo, que saiu no lucro.

A partir daí o jogo ficou morno, mas Dunga queria mais, tanto que tirou o volante Felipe Melo para a entrada de Ramires e promoveu a saída do armador Kaká para a entrada do veloz atacante Nilmar, que ainda tentou uma finalização. O jogo só ganhou em emoção quando, aos 44 min, Ji Yun Nam aproveitou falha da defesa e afundou Júlio César.

No final das contas o Brasil saiu satisfeito com os três pontos, mas com a leve sensação de que uma goleada poderia facilitar, posteriormente, a classificação da nossa seleção.


GOL NO ÚLTIMO MINUTO E ZERO A ZERO MARCAM O DIA


Logo no primeiro jogo do dia Nova Zelândia e Eslováquia fechavam a rodada do Grupo F. Todos consideravam obrigação da Eslováquia que vencesse um dos sacos de pancadas dessa Copa do Mundo. O atacante eslovaco Vittek, em posição irregular, abriu o placar de cabeça, enquanto seus companheiros insistiam em perder gols. No fim, a falta de pontaria foi castigada. Aos 48 min da segunda etapa, Reid empatou para a equipe da Oceania na sua jogada mais características, o chuveirinho.


Algumas horas, em Port Elizabeth, foi iniciado aquele que era considerado o grande jogo da primeira rodada, Costa do Marfim e Portugal, válido pelo Grupo G (o mesmo do Brasil). Didier Drogba, numa recuperação excepcionalmente rápida já poderia atuar, mas começou no banco de reservas, entrando apenas no segundo tempo. O jogo em si foi repleto de emoções, mas o gol não saiu. A melhor chance da partida foi uma finalização de Cristiano Ronaldo, eleito melhor em campo, que acertou a trave de fora da área. O resultado decepcionou a muitos, mas ajuda o Brasil rumo às oitavas de final.